terça-feira, 15 de junho de 2021

TERAPIA DA CONVERSA

 

                A diferença entre conversar com um profissional e um amigo

            Falar com um amigo e terapeuta é a mesma coisa? Não? Afinal, com um amigo a gente só conversa. Não é raro encontrar pessoas que pensem de tal forma. A princípio o acompanhamento profissional pode parecer uma simples conversa. Uma vez compreendido o papel da terapia, não é possível mais realizar essa analogia. Aliás, a confusão entre amizade e terapia pode ter efeitos drásticos para o relacionamento das pessoas – e essa questão é pouco levantada quando se desabafa com alguém constantemente.

            Amizade e psicoterapia: qual a diferença?

            Amizade é um conceito fluído e possui diversas acepções ao longo do tempo. A amizade e a sua manutenção dependem de três características chaves: interesses compartilhados, igualdade e reciprocidade. Dessa forma, as amizades só persistem se ambas as partes compartilharem uma perspectiva comum, tiverem personalidades parecidas e forem capazes de dar e receber apoio mútuo. O “como” conversar é fundamental. Um profissional que conduz a Terapia da Conversa ajuda as pessoas com o autoconhecimento.  Promove o crescimento pessoal. A Terapia da Conversa é um processo de desdobramento da sabedoria inerente que muitas vezes é aprisionada sob camadas de condicionamento, medo e reatividade. A diferença entre conversar com amigos e realizar a Terapia da Conversa é que os amigos, na maioria das vezes, ficam felizes por nós ou temem por nós, mas normalmente não estão analisando e refletindo sobre os seus comentários para apoiar o crescimento e a mudança a longo prazo.

            A diferença entre conversar com o profissional e um amigo

          Conversar com alguém, seja um amigo ou profissional, é imprescindível à saúde mental, entretanto atuam em esferas separadas da nossa vida. As conceituações evidenciam uma primeira diferença, porém é necessário esclarecer os pontos em que elas são distintas. A amizade envolve uma troca mútua. O encontro é algo mais pontual e ambas as partes se beneficiam da convivência. O aspecto positivo é o que mantém o elo entre as pessoas. Ajudar e escutar o amigo em dificuldade faz parte desse acordo social, porém há um limite para que a relação não se desgaste. Descarregar constantemente a carga negativa nos amigos não é uma boa opção, pois todos possuem os seus problemas. É importante ter alguém para conversar, mas é importante separar os momentos. Quando realizamos isso deixamos de tratar a amizade como algo positivo e mútuo, e vemos uma relação “benéfica” somente para uma das partes. O Profissional Terapeuta é importante nesse contexto. A relação profissional permite que a conversa seja um espaço focado somente naquele que deseja desabafar. O espaço é um ambiente reservado para discutir os problemas que a pessoa possui. Além disso, a recorrência da Terapia da Conversa é fundamental para a solução dessas questões – o que vai na direção contrária dos encontros pontuais da amizade. Estamos conversando com um profissional, ou seja, alguém que passou por toda uma graduação e atua de forma especializada no tema.
             
            O profissional da Terapia da Conversa é o personagem mais acertado para tratar de questões que incomodam a mente, pois ele irá focar no crescimento a longo prazo. Os amigos procuram soluções mais imediatas e raramente possuem conhecimento no assunto apresentado a eles. Outro ponto a ser considerado é a imparcialidade do terapeuta. Nesse sentido, podemos nos sentir desconfortáveis com o julgamento das pessoas mais próximas sobre as nossas ações e pensamentos. Já, na Terapia da Conversa não há essa preocupação, pois esse é o ambiente para a pessoa se abrir sem restrições. Ela precisa disso para compreender o que aconteceu e, assim, aprender e crescer com isso. E muito importante: a confidencialidade é um aspecto fundamental na condução do processo. Está precisando desabafar? Talvez a Terapia da Conversa seja o caminho mais acertado.

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