A diferença entre
conversar com um profissional e um amigo
Falar com um amigo e terapeuta é
a mesma coisa? Não? Afinal, com um amigo a gente só conversa. Não é raro
encontrar pessoas que pensem de tal forma. A princípio o acompanhamento profissional
pode parecer uma simples conversa. Uma vez compreendido o papel da terapia, não
é possível mais realizar essa analogia. Aliás, a confusão entre amizade e
terapia pode ter efeitos drásticos para o relacionamento das pessoas – e essa
questão é pouco levantada quando se desabafa com alguém constantemente.
Amizade e psicoterapia: qual a diferença?
Amizade é um conceito fluído e
possui diversas acepções ao longo do tempo. A amizade e a sua manutenção dependem
de três características chaves: interesses
compartilhados, igualdade e reciprocidade. Dessa forma, as amizades só persistem se ambas as partes
compartilharem uma perspectiva comum, tiverem personalidades parecidas e forem
capazes de dar e receber apoio mútuo. O “como” conversar é fundamental. Um profissional
que conduz a Terapia da Conversa ajuda
as pessoas com o autoconhecimento. Promove
o crescimento pessoal. A Terapia da Conversa é um processo de desdobramento da sabedoria
inerente que muitas vezes é aprisionada sob camadas de condicionamento, medo e
reatividade. A diferença entre conversar com amigos e realizar a Terapia da
Conversa é que os amigos, na maioria das vezes, ficam felizes por nós ou temem
por nós, mas normalmente não estão analisando e refletindo sobre os seus
comentários para apoiar o crescimento e a mudança a longo prazo.
A diferença entre conversar com o profissional e um amigo
Conversar com alguém, seja um
amigo ou profissional, é imprescindível à saúde mental, entretanto atuam em
esferas separadas da nossa vida. As conceituações evidenciam uma primeira
diferença, porém é necessário esclarecer os pontos em que elas são distintas. A
amizade envolve uma troca mútua. O encontro é algo mais pontual e ambas as
partes se beneficiam da convivência. O aspecto positivo é o que mantém o elo
entre as pessoas. Ajudar e escutar o amigo em dificuldade faz parte desse
acordo social, porém há um limite para
que a relação não se desgaste. Descarregar constantemente a carga negativa
nos amigos não é uma boa opção, pois todos possuem os seus problemas. É
importante ter alguém para conversar, mas é importante separar os momentos.
Quando realizamos isso deixamos de tratar a amizade como algo positivo e mútuo,
e vemos uma relação “benéfica” somente para uma das partes. O Profissional Terapeuta é importante nesse
contexto. A relação profissional permite que a conversa seja um espaço focado
somente naquele que deseja desabafar. O espaço é um ambiente reservado para
discutir os problemas que a pessoa possui. Além disso, a recorrência da Terapia
da Conversa é fundamental para a solução dessas questões – o que vai na direção
contrária dos encontros pontuais da amizade. Estamos conversando com um
profissional, ou seja, alguém que passou por toda uma graduação e atua de forma
especializada no tema.
O profissional da Terapia da Conversa é o personagem
mais acertado para tratar de questões que incomodam a mente, pois ele irá focar
no crescimento a longo prazo. Os amigos procuram soluções mais imediatas e
raramente possuem conhecimento no assunto apresentado a eles. Outro ponto a ser
considerado é a imparcialidade do terapeuta. Nesse sentido, podemos nos sentir
desconfortáveis com o julgamento das pessoas mais próximas sobre as nossas
ações e pensamentos. Já, na Terapia da Conversa não há essa preocupação, pois
esse é o ambiente para a pessoa se abrir sem restrições. Ela precisa disso para
compreender o que aconteceu e, assim, aprender e crescer com isso. E muito importante:
a confidencialidade é um aspecto fundamental na condução do processo. Está
precisando desabafar? Talvez a Terapia da Conversa seja o caminho mais acertado.
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