quarta-feira, 15 de junho de 2011

O RELAÇÕES PÚBLICAS E O NOVO CENÁRIO SOCIAL


Por Heitor Jorge Lau 
Relações Públicas, Pós-Graduado em Gestão de Pessoas e Mestrando em Educação


   
A essência das Relações Públicas está em o profissional reconhecer e adaptar-se aos valores culturais, políticos e econômicos adquiridos pela sociedade ao longo de sua história. Para isso, deve compreender como se deu a passagem da era do homem moderno para a era do homem contemporâneo ou pós-moderno. E, conseqüentemente, os reflexos que esta passagem causou no comportamento social. A modernidade foi um fenômeno de desenvolvimento social que impôs novas relações trabalhistas, econômicas e políticas. A tradicional ordem social foi totalmente sucumbida à ordem moderna. A sociedade pós-moderna ou contemporânea é marcada pela abundância de informações e pelo consumismo em massa. Aflorou no final do século XX, principalmente em função das transformações institucionais ocorridas no contexto global. Em outras palavras, o sistema de manufaturas e bens materiais da modernidade deu lugar a um sistema centralizado na informação e no respeito aos direitos humanos.

    Ao contrário da sociedade moderna, que foi marcada pelas profundas mudanças estruturais, a sociedade contemporânea tem como característica principal as mudanças culturais ocasionadas pela humanidade. A Internet configurou-se como a grande propulsora deste processo. O exercício da política também deixou de pertencer apenas aos homens do governo e ganhou força entre o público que descobriu maneiras eficazes de, por intermédio dela, reivindicar os seus direitos.
    
     A pós-modernidade é caracterizada, ainda, pela descoberta, por parte dos públicos, de seu poder de alterar a ordem social, independente de suas condições de vida. A nova era social criou relacionamentos interpessoais baseados na busca por direitos comuns que fazem os públicos agirem de maneira pró-ativa a tudo o que acontece em seu ambiente. A influência desta nova configuração social no ambiente das organizações é percebida, principalmente, pelas tendências de substituir a centralização pela descentralização, o rígido pelo flexível, o poder pela participação, o dogma pela controvérsia, a tradição pela experimentação, o padronizado pela criação, a ação individual pela atividade em equipe, a quantidade pela qualidade, a imagem pelo conceito, o formal pelo espontâneo, a complexidade pela racionalização, o trabalho penoso pelo trabalho satisfatório, o radicalismo pela tolerância, o conformismo pela reivindicação, e, em resumo, o egoísmo tacanho pelo egoísmo esclarecido.
 
    O profissional de Relações Públicas tem, portanto, a tarefa de esclarecer à instituição para a qual trabalha os aspectos sociais a que ela está sujeita. Isto significa antecipar tendências e oferecer aos seus públicos o máximo de informações possíveis para que eles também possam atuar conscientemente na ordem social a qual estão submetidos. Os profissionais devem, enfim, cumprir seu papel de educadores e legitimadores das ações sociais.


Referências

CLARET, Martin. Ética a Nicômaco: Aristóteles texto integral.
RUSSELL, Bertrand. História do Pensamento Ocidental.
HALL, Stuart. A Identidade Cultural na Pós-Modernidade.

MARKETING PESSOAL

Por Heitor Jorge Lau
Relações Públicas, Pós-Graduado em Gestão de Pessoas e Mestrando em Educação
   
   Vários princípios mercadológicos largamente utilizados no processo de marketing podem e devem ser adaptados e empregados ao desenvolvimento pessoal. Afinal, tanto uma organização como um profissional não constroem uma marca e alcançam o sucesso ou despontam no mercado sem um rígido planejamento de ações estratégicas. Construir a marca pessoal ideal requer respostas para os seguintes questionamentos: Qual o objetivo disto? Onde se almeja chegar com isto? E, o que se deseja obter com isto? Responder tais inquietudes é o princípio básico de um posicionamento sólido no mercado de trabalho através do marketing pessoal da mesma forma que as organizações procuram se destacar com o marketing. Algumas ações são imprescindíveis como mapear o mercado que se está inserido e sua atual conjuntura; analisar os possíveis concorrentes potenciais; auto-analisar pontos fortes e fracos; traçar objetivos bem definidos; e desenvolver um plano de ação suficientemente capaz de alavancar e sustentar os objetivos pré-definidos. A auto-análise (conhecer a si próprio), a princípio, deveria ser o primeiro passo a ser dado nesta trajetória, porque a partir deste, os pontos negativos, considerados ameaças, e os positivos, considerados oportunidades, são revelados. Mesmo porque inexiste uma fórmula única aplicável a todos, uma vez que cada pessoa possui suas particularidades. Kotler e Armstrong (2007) salientaram que a marca de qualquer produto transcende a sua nomenclatura, porque adquiri representatividade por intermédio da percepção e principalmente dos sentimentos impregnados na mente do consumidor, sobre ela. O “papa” da administração, Peter Drucker, através de entrevista a Revista Management (2006, p. 26), declarou que os “consumidores compravam marcas porque não tinham informação suficiente para fazer sua escolha”. Por estas afirmações é possível entender que o marketing pessoal, quando construído com cuidado e objetivo, ou seja, estruturado com informações e conhecimento, resulta em marca de sucesso profissional. Portanto, ser bem sucedido no acirrado mercado de trabalho requer dedicação e discernimento acentuado. O negócio é colocar a mão na consciência e desenvolver habilidades para chamar a atenção das empresas ávidas por talentos do conhecimento.


Referências
HSM MANAGEMENT. Um legado de sete décadas. Número 54, volume 01, jan./fev. 2006, p. 24-28.
KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. São Paulo: Prentice-Hall, 2007.