quarta-feira, 25 de abril de 2012

BREVE CONSIDERAÇÃO SOBRE A IMPORTÂNCIA DO LIVRO DIDÁTICO

Por Heitor Jorge Lau
Tutor da Disciplina Processos Gerenciais da Uninter Pólo Santa Cruz do Sul
Empresário e Mestrando em Educação
Pós-Graduado em Gestão de Recursos Humanos
Bacharel em Comunicação Social – Relações Públicas

   Um antigo dito popular cita: “tudo possui um lado positivo e um negativo na vida”.

   Ao optarmos por visualizar o livro didático como uma bússola do processo educacional teremos o lado positivo. Em contrapartida, ao optarmos por considerá-lo como peça única em sala de aula, eis o lado negativo. Afinal, um livro didático por mais gabaritado que possa ser não distingue o fator preponderante que é a heterogeneidade, e muito menos revoga o papel maior do educador que é ser mediador (insubstituível) do processo ensino-aprendizagem.

    O livro didático é, acima de tudo, um valioso instrumento configurado com propostas e conteúdos sistematicamente organizado. Talvez, seja mais interessante empreender esforços em compreender como ele é percebido e utilizado ao invés de tentar percebê-lo como algo completo e acabado. O livro didático está longe de ser personificado como um professor e o educando, por si só, está longe de absorver conteúdos e desenvolver conhecimentos.

    É notória a sobrecarga de horas-aula que cada educador carrega consigo, portanto, o livro didático também economiza tempo na configuração das aulas. Acredito que o pior livro poderá transformar-se em satisfatório nas mãos de um excelente educador, bem como, um livro excelente perderá a sua validade e riqueza de informações diante de um professor medíocre.

    Livros didáticos norteiam, não engessam! Portanto, a eficiência do livro didático está particularmente relacionada a maneira de como ele será interpretado e utilizado pelo professor no ano letivo.

ENSAIO SOBRE A IMPORTÂNCIA DA ATENÇÃO DURANTE O APRENDIZADO

* Os textos inseridos nesta postagem foram replicados de um fórum sobre Neurociência versus Educação, do curso Master en Educación da Universidad de Jaén, no qual o autor deste blog é integrante na categoria de mestrando.

Por Heitor Jorge Lau
Tutor da Disciplina Processos Gerenciais da Uninter Pólo Santa Cruz do Sul
Empresário e Mestrando em Educação
Pós-Graduado em Gestão de Recursos Humanos
Bacharel em Comunicação Social – Relações Públicas

    Recorte de uma postagem: “[...] a motivação é a porta do aprendizado e a grande porta do aprendizado é atenção [...]”. * Grifo meu!

    Ouvi em vários momentos distintos uma afirmação (totalmente errônea) sobre a capacidade das gerações atuais de conseguirem a façanha de processar muitas informações simultaneamente, como por exemplo: conversar no celular, escrever um texto, ouvir música e algo mais se for necessário. Tudo isto com muita naturalidade e controle absoluto.

    Também fiz um recorte de um site, onde existe tal consideração: "Eles [...] fazem outras dez coisas ao mesmo tempo”. * Eles = os jovens.

    Ao ler esta última postagem fico me perguntando como o cérebro humano (que se mantêm o mesmo desde que o “homem virou homem”) pode processar mais de uma informação ao mesmo tempo, diferentemente de fazer duas coisas ao mesmo tempo (cantar e correr). Nem o computador mais moderno consegue tal façanha (não que a máquina supere a mente humana, longe disto).

    Por isso achei muito pertinente e importante o recorte que enfatiza a atenção como porta de entrada para o aprendizado. A ciência já comprovou incontáveis vezes que os indivíduos concentrados, em ambientes propícios, com a atenção focada, executam com esmero uma tarefa.

    A pesquisadora Etienne Koechlin - Instituto Nacional de Saúde e Investigação Médica de Paris -, afirma que o ser humano, não enfrenta problemas ao compartilhar duas tarefas no cotidiano. Por exemplo, falar ao telefone e cozinhar simultaneamente. Todavia, os problemas surgem na medida em que o indivíduo busca atingir mais do que dois objetivos ao mesmo tempo. Os lóbulos frontais, que funcionam conjuntamente frente a uma tarefa, se dividem na execução de uma tarefa dupla. Mas, no caso de três tarefas eles irão ignorar um dos objetivos.

    Este tipo de conhecimento, muito bem fundamentado, deve servir como subsídio de argumentação na hora de conversar com discentes e principalmente com os pais dos alunos, sobre a importância da concentração no momento da execução das tarefas relacionados a escola ou na hora do estudo nas dependências do lar (principalmente). Percebemos que no “refúgio dos filhos – o quarto –“ a presença da internet, televisão ou música é uma constante. Portanto, nosso papel também é esclarecer o prejuízo da falta de atenção e da falsa atenção “multi-partilhada”.

ENSAIOS SOBRE NEUROCIÊNCIA

* Os textos inseridos nesta postagem foram replicados de um fórum sobre Neurociência versus Educação, do curso Master en Educación da Universidad de Jaén, no qual o autor deste blog é integrante na categoria de mestrando.

Por Heitor Jorge Lau
Tutor da Disciplina Processos Gerenciais da Uninter Pólo Santa Cruz do Sul
Empresário e Mestrando em Educação
Pós-Graduado em Gestão de Recursos Humanos
Bacharel em Comunicação Social – Relações Públicas

    A neurociência relacionada à educação ainda é relativamente recente no Brasil. Porém, a partir da grande quantidade de material vinculado ao assunto, sem dúvida, ela é de imensa importância, uma vez que o objeto principal da tríade neurociência-educação-aprendizagem é o mesmo: o cérebro. E indubitavelmente, o aprender está diretamente relacionado ao desenvolvimento do cérebro, em amplo sentido (serve tanto para o corpo docente quanto para o discente). Deter competências suficientes para colocar em prática as habilidades e gerar conhecimento de forma ininterrupta não é tarefa fácil. Isto somente torna-se possível, não pelo aumento das sinapses, mas pela intensidade de sinapses pertinentes aos objetivos previamente determinados. O conhecimento mais aprofundado da neurociência é que possibilita a construção de artifícios para o aprendizado, retenção de informações e lembrança de “memórias arquivadas”. É sempre relevante ter em mente que apesar do cérebro ser dotado de imensa plasticidade neuronal, o aumento da intensidade sináptica não antevê acréscimo da capacidade de aprender generalizadamente. Portanto, a neurociência é importante, mas precisa ser apreendida com muita cautela.

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    Ao que tudo indica, um ambiente estimulante leva a formação de novas sinapses. Por isso, tão relevante quanto compreender sobre o complexo funcionamento do cérebro (neurociência) é saber como criar a melhor forma de provocar o pleno aprendizado. O aumento gradual das taxas sinápticas e a conseqüente aprendizagem são reflexos oriundos das capacidades (habilidades, competências e conhecimentos) do docente/discente versus metodologia de ensino versus ambientes educacionais. Por este prisma é perceptível que o estudo e concepções sobre a neurociência não comportam, por si só, novos estratagemas educacionais por não serem suficientes para propiciar melhores resultados em sala de aula. Talvez, o maior desafio do professor seja: criar as “ferramentas” apropriadas e o ambiente propício, a fim de contemplar os diversos modelos mentais existentes no contexto escolar. A neurociência trata do assunto de forma não especulativa, e faz emergir significados sobre a eficiência mais acentuada de algumas abordagens sobre outras em sala de aula. Portanto, não se pode negligenciar e desassociar este conhecimento, das outras ciências que abarcam a cognição e educação. Por outro lado, precisam ser percebidas como aliados.

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     A observação (breve e superficial) de uma escola que adotou o modelo cognitivista-construtivista há vários anos, aliás, considerada uma aberração por aquela comunidade local, que na época somente conhecia e admitia o modelo de ensino da Aprendizagem por Transmissão, demonstrou o seguinte: Anos transcorreram e o modelo permanece. Todavia, durante os contatos com alguns profissionais da educação, comentários sobre os problemas decorrentes do modelo praticado por aquela escola não foram promissores. A falta ou carência de noções suficientes para a resolução de questões matemáticas e de português foram as que encabeçam a lista de falhas. Um docente que incrementa a renda através de aulas particulares cita: - Eu adoro a Escola Xxxxxx porque meus alunos são todos de lá (risos). * Nome da escola não será revelada. Não seria razoável declinar ou criticar ferrenhamente o modelo por resultados não alentadores, outrossim, seria sensato considerar (neste caso, sem estudos mais aprofundados) alguma carência no currículo do docente, nas metodologias aplicadas ou ambientes configurados, fatores que poderiam perfeitamente ser ajustados. 

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      É possível afirmar que quando os desafios propostos são altos e as habilidades do corpo discente são baixas o resultado resume-se em ansiedade, preocupação e frustração. Em contrapartida, se as habilidades são altas e os desafios são baixos, o resultado resume-se em tédio e relaxamento. Desta forma, a dosagem correta entre desafios e habilidades converte o aprendizado em experiências do saber. Tal fluxo tende a acontecer no momento que as habilidades de um docente/discente estão completamente dedicadas em superar o desafio que está no limiar da capacidade de controle.
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    Seres humanos comportam uma espécie de organização interna cognitiva fundamentada em informações e conhecimentos singularmente de caráter conceitual, e o grau de complexão se perfaz por intermédio dos links que esses conceitos constroem. Este interessante processo se constitui ininterruptamente através da abstração e da generalização de informações na rede neurônica.

     Ausubel afirmou em seus estudos que a aprendizagem significativa ocorre a partir de duas condições básicas: da disposição para o aprendizado; e da existência de conteúdos significativos. A primeira depende, em parte, da disposição do aluno em desejar aprender, em querer absorver conteúdos, o que é diferente de memorizar arbitrária e literalmente conteúdos ministrados em sala de aula. Neste caso, a aprendizagem significativa cede espaço para a aprendizagem mecânica, que não deixa de ser o processo cartesiano amplamente difundido e utilizado em grande quantidade de escolas.

     Desenhar conteúdos potencialmente significativos exige do educador uma visão sistêmico-analítica aguçada, preparada para tal, a fim de determinar o que possui significado lógico e o que possui significado psicológico. A diferença entre os significados é que o primeiro depende estritamente da natureza do conteúdo enquanto o segundo está intimamente relacionado às experiências que cada educando acumulou durante a vida.

    Portanto, é interessante prever que o aluno efetua, dinamicamente, aquilo que se pode conceber como uma “filtragem" de todo e qualquer conteúdo que chega ao seu conhecimento, separando tudo o que têm ou não, relativo significado para si. Ser educador não é fácil mas ser educando também não. Lembremo-nos disso!