terça-feira, 22 de janeiro de 2013

FILOSOFIA DA EXISTÊNCIA

Por Heitor Jorge Lau
Empresário e Mestrando em Educação
Pós-Graduado em Gestão de Recursos Humanos
Bacharel em Comunicação Social – Relações Públicas
Analista de Sistemas da Informação


  Não é coisa fácil definir a Filosofia. Melhor seria que assistíssemos à sua evolução, vendo ela surgir ao lado das religiões e Estados da Antiguidade, para, em seguida, alcançar sua plenitude nas cidades gregas, concentrando-se mais tarde em Atenas; concentração de plenitude que legou ao mundo Sócrates, Platão e Aristóteles, os maiores filósofos da história, aos quais se juntam outros três nomes insignes: Descartes, Leibnitz e Kant. Eis aqui os chamados ícones clássicos da filosofia: Sócrates, Platão e Aristóteles, Descartes, Leibnitz e Kant. Talvez ainda acrescentássemos a esta lista gloriosa os nomes de Hegel e Spinoza, o primeiro um idealista acérrimo e o segundo um panteísta.

  Estudar algo que brote do imperceptível até que retorne ao imperceptível é, para Spencer, realizar o estudo cabal de uma coisa, quer se tratem de instituições humanas, corpos físicos, astros e mundos, quer de filosofia, leis ou religião. Nós, ao assistirmos à história do pensamento filosófico, vamos ter a ilusão de que somos os construtores da filosofia, desde que a façamos brotar do imperceptível. E como ensina o filósofo italiano Vico, compreenderemos o que fazemos, porque o homem só compreende plenamente, aquilo que faz; seu afã, sua tarefa, seu afazer, sua obra. Assim como um relojoeiro que fabrica um relógio sabe que sua máquina não tem mistérios para ele. Talvez, no entanto, seja demasiado otimista em pretender colocar-se na hipótese proposta.

  Filosofar nos aparece, sempre, como uma espécie de tarefa de segundo grau, como um esforço de reflexão, isto é, de meditação sobre o feito. Eis aqui um caráter universal do filosófico: a reflexão, ou seja, o volver sobre o que já se fez, para pensar nas condições de sua produção e o seu objeto. Assim, se as reflexões em que falamos nos incitam a curiosidade e encontramos prazer nelas, somos filósofos, ou algo semelhante, amantes da sabedoria. Por conseguinte, não declaramos que já sabemos, mas que só sabemos o que nos agrada saber, e não um saber qualquer, mas um saber que vai ao fundo e a raiz da existência. Isto é, que não pretendemos explicar, como o fazem os físicos e naturalistas, mas que pretendemos compreendê-las. Então, eis a primeira definição de filosofia que surge, ou se não da filosofia propriamente dita. Filosofar é tender a explicar e compreender a existência, sendo a filosofia a explicação e compreensão do que existe.

  Por isto, para compreender será mister explicar, compreender, porém, não é somente explicar, é algo mais: uma explicação da explicação. Então, alcançamos dentro de nossa medida, o absoluto. E a filosofia é a compreensão do absoluto, compatível com o relativo

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

A INDÚSTRIA CULTURAL

Por Heitor Jorge Lau
Empresário e Mestrando em Educação
Pós-Graduado em Gestão de Recursos Humanos
Bacharel em Comunicação Social – Relações Públicas
Analista de Sistemas da Informação

  A indústria cultural, os meios de comunicação de massa e a cultura de massa surgiram como funções do fenômeno da industrialização. É esta, através das alterações que produz no modo de produção e na forma do trabalho humano, que determina um tipo particular de indústria (a cultural) e de cultura (a de massa), implantando numa e noutra os mesmos princípios em vigor na produção econômica: o uso crescente da máquina e a submissão do ritmo humano de trabalho ao ritmo da máquina; a exploração do trabalhador; a divisão do trabalho. Estes são alguns dos traços marcantes da sociedade capitalista liberal, onde é nítida a oposição de classes e em cujo interior começa a surgir a cultura de massa. Dois desses traços merecem uma atenção especial: a reificação (ou transformação da coisa: a coisificação) e a alienação. Para essa sociedade, o padrão maior (ou único) de avaliação tende a ser a coisa, o bem, o produto, a propriedade: tudo é julgado como coisa, portanto, tudo se transforma em coisa inclusive o homem. E esse homem reificado só pode ser um homem alienada: alienado do seu trabalho, trocado por valor em moeda inferior às forças por ele gastas; alienado do produto de seu trabalho, que ele mesmo não pode comprar, pois o seu trabalho não é remunerado à altura do produzido; aliendado, enfim, em relação ao tudo, alienado de seu projetos, da vida do país, de sua própria vida, uma vez que não dispõe de tempo livre, nem de instrumentos teóricos capazes de permitir-lhe a crítica de si mesmo e da sociedade. Nesse quadro, também a cultura feita em série, industrialmente, para o grande número passa a ser vista não como instrumento de crítica e conhecimento, mas como produto trocável por dinheiro e que deve ser consumido como se consome qualquer outra coisa.