segunda-feira, 29 de março de 2021

Comunicação Sensorial - uma vida elétrica por natureza

 

COMUNICAÇÃO SENSORIAL

UMA VIDA ELÉTRICA POR NATUREZA

Tudo que você está lendo neste minúsculo texto (letra por letra) está, neste exato momento, chegando ao cérebro sob a forma de sinais eletroquímicos. Sim! Sinais eletroquímicos. Aparentemente, a impressão é de que o cérebro possui acesso direto com o mundo exterior, contudo, não é tão simples assim. Vamos exemplificar: toque um livro (ou algum outro objeto) próximo. A sensação do toque não acontece diretamente na mão porque não se trata de uma experiência direta. Muito embora a impressão é de que o tato acontece nos dedos ou mãos, a experiência do tato ocorre no cérebro.

Portanto, todas as experiências sensoriais acontecem dentro do cérebro, ou seja, a visão não acontece nos olhos, a audição não acontece nos ouvidos, o olfato não acontece no nariz, e assim por diante. Enfim, o cérebro nunca visualizou e jamais visualizará o mundo exterior. Os órgãos do sentido – olhos, ouvidos, nariz, boca e pele – são os responsáveis diretos pela condução das informações exteriores chegarem até o cérebro. Eles detectam as fontes de fótons, ondas de compressão de ar, concentrações moleculares, pressão, texturas, temperaturas... e as traduzem em sinais eletroquímicos. A partir daí os sinais “correm” por densas redes de neurônios, as principais células sinalizadoras do cérebro.

Existem bilhões de neurônios no cérebro humano, e cada um deles envia dezenas ou centenas de pulsos elétricos a milhares de outros neurônios a cada segundo de vida. Tudo que é percebido não passa de sinais eletroquímicos. A complexa arquitetura biológica do ser humano criou diversos mecanismos para converter as informações do mundo exterior em sinais eletroquímicos. Estes são alguns mecanismos do corpo: células ciliadas no ouvido interno; receptores de tato na pele; papilas gustativas na língua; receptores moleculares no bulbo olfativo e fotorreceptores no olho. Todos os sinais do meio ambiente em que o ser humano se encontra são traduzidos nos sinais eletroquímicos enviados pelas células cerebrais.

Desta forma, somente desta forma, o cérebro terá condições de utilizar as informações existentes fora do corpo. Por exemplo: os olhos convertem (ou traduzem) fótons em sinais elétricos; os mecanismos do ouvido interno convertem as vibrações na densidade do ar em sinais elétricos; os receptores da pele (e dentro do corpo) convertem pressão, estiramento, temperatura e substancias químicas irritantes em sinais elétricos; o nariz converte moléculas de odor flutuantes, e a língua converte moléculas de sabor em sinais elétricos. Enfim, as sensações somente acontecem por intermédio de um trabalho conjunto, rigorosamente orquestrado por esse complexo e fascinante mundo chamado corpo humano.

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