COMUNICAÇÃO SENSORIAL
UMA VIDA ELÉTRICA POR NATUREZA
Tudo que você está lendo neste minúsculo texto (letra por letra) está, neste exato momento, chegando ao cérebro sob a forma de sinais eletroquímicos. Sim! Sinais eletroquímicos. Aparentemente, a impressão é de que o cérebro possui acesso direto com o mundo exterior, contudo, não é tão simples assim. Vamos exemplificar: toque um livro (ou algum outro objeto) próximo. A sensação do toque não acontece diretamente na mão porque não se trata de uma experiência direta. Muito embora a impressão é de que o tato acontece nos dedos ou mãos, a experiência do tato ocorre no cérebro.
Portanto, todas as experiências sensoriais acontecem dentro do cérebro, ou seja, a visão não acontece nos olhos, a audição não acontece nos ouvidos, o olfato não acontece no nariz, e assim por diante. Enfim, o cérebro nunca visualizou e jamais visualizará o mundo exterior. Os órgãos do sentido – olhos, ouvidos, nariz, boca e pele – são os responsáveis diretos pela condução das informações exteriores chegarem até o cérebro. Eles detectam as fontes de fótons, ondas de compressão de ar, concentrações moleculares, pressão, texturas, temperaturas... e as traduzem em sinais eletroquímicos. A partir daí os sinais “correm” por densas redes de neurônios, as principais células sinalizadoras do cérebro.
Existem bilhões de neurônios no cérebro humano, e cada um deles envia dezenas ou centenas de pulsos elétricos a milhares de outros neurônios a cada segundo de vida. Tudo que é percebido não passa de sinais eletroquímicos. A complexa arquitetura biológica do ser humano criou diversos mecanismos para converter as informações do mundo exterior em sinais eletroquímicos. Estes são alguns mecanismos do corpo: células ciliadas no ouvido interno; receptores de tato na pele; papilas gustativas na língua; receptores moleculares no bulbo olfativo e fotorreceptores no olho. Todos os sinais do meio ambiente em que o ser humano se encontra são traduzidos nos sinais eletroquímicos enviados pelas células cerebrais.
Desta forma, somente desta forma, o cérebro terá condições de utilizar as informações existentes fora do corpo. Por exemplo: os olhos convertem (ou traduzem) fótons em sinais elétricos; os mecanismos do ouvido interno convertem as vibrações na densidade do ar em sinais elétricos; os receptores da pele (e dentro do corpo) convertem pressão, estiramento, temperatura e substancias químicas irritantes em sinais elétricos; o nariz converte moléculas de odor flutuantes, e a língua converte moléculas de sabor em sinais elétricos. Enfim, as sensações somente acontecem por intermédio de um trabalho conjunto, rigorosamente orquestrado por esse complexo e fascinante mundo chamado corpo humano.
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