quinta-feira, 19 de junho de 2014

FORMAÇÃO DOCENTE

Por Heitor Jorge Lau
Empresário e Educador
Mestre em Educação
Pós-Graduado em Gestão de Recursos Humanos
Bacharel em Comunicação Social – Relações Públicas
Analista de Sistemas da Informação


Capítulo 1 replicado da Dissertação de Mestrado


FORMAÇÃO DOCENTE

            O ensinar e educar sempre foram expressões verbais que estiveram ‘umbilicalmente’ conectadas ao professor, à prática da docência. Todavia, a educação principalmente é semeada, delineada e, por que não afirmar, imposta em casa. Nesse caso os pais não são professores e educam, ensinam. Então surge uma questão: não seria o pai, a mãe ou alguém próximo um educador? Possivelmente, sim! A questão nesta explanação inicial é que existe uma diferença abismal entre educar na posição de pais e na profissão de professor. O que define e caracteriza o docente é a sua identidade profissional. A construção da identidade profissional docente necessita estar em desenvolvimento ininterrupto por uma questão básica e natural: adaptação ao instante sócio-histórico que se encontra o profissional. Por isto a reciclagem de conhecimento, didática, técnica, entre outras características da categoria, exige um upgrade que defronte o antigo com o atual, invariavelmente. A identidade profissional docente imbrica uma gama de atividades. Portanto, o cerne ou a natureza da educação pode ser considerado uma prática social.


Romanowski (2010) salienta que:

... a educação como prática social incorpora significado social para essa profissão. Implica compromisso, cientificidade, coletividade, competência e comunicabilidade. Torna-se inadmissível realizarmos o ensino mecanicamente. ... o ensino está diretamente relacionado à aprendizagem; o professor ensina se os alunos aprendem.


            Naturalmente o ser humano somente apropria o que não sabe e, justamente, este detalhe é que transforma a prática docente em desafio interminável. O profissional educador precisa de uma mente aguçada, conectada, para que consiga perceber atentamente tudo aquilo que o alunado não conhece ou não detém compreensão. Em contrapartida, um docente atento, capaz, tem a obrigação de aperceber o que o aluno já conhece, entende. A conjunção das percepções daquilo que não se sabe com o que se sabe, cria condições para “a significação da aprendizagem tanto individualmente como socialmente” (Romanowski, 2010). A prática docente também é um exercício que envolve a simultaneidade de sentimentos opostos em relação ao mesmo objeto, ou seja, ele aprende enquanto ensina por intermédio da interação coletiva. Por isto, como dito anteriormente, o profissional docente encontra-se ou pode manter-se sempre em permanente desenvolvimento. Ser um profissional, no verdadeiro significado da palavra, requer esforço e atualização intelectual. O termo profissão se traduz como o exercício de professar, manifestar abertamente as ações e a intelectualidade. A profissão docente abrange o realizar, o raciocinar e o verbalizar sobre tudo aquilo que se teoriza e faz. Para que esta destreza emirja faz-se necessário uma formação e apropriação de conhecimentos específicos e transdisciplinares.


            Romanowski (2010) afirma que:

A qualidade de sua ação exige um longo período de formação em conhecimento especializado, conhecimento das ciências ... e pedagógico. O professor completa sua formação com o conhecimento que advém da prática. ... A profissionalização é um processo permanente de construção e não se restringe à aquisição, é uma conduta.


            O dinamismo de uma sala de aula deveria ser centrado na interação constante e permanente entre o docente e o alunado, jamais unicamente entre aluno e lousa, aluno e livros, aluno e tecnologia. Fattori (2011) menciona que a profissão de educador, ‘maestro da sinfonia’ do conhecimento, é intensamente interativa e sendo assim a reciprocidade comunicacional é o que materializa, efetiva a interação. Um docente exímio determina as intenções do exercício da profissão pela forma como planeja cada encontro, exercícios, seleciona os conteúdos, pelos instrumentos e procedimentos avaliativos e, essencialmente, como se relaciona com os alunos. O cenário atual, impulsionado pelas tecnologias virtuais e por redes de interação social, convoca o professor a abdicar ou evitar o enfoque cartesiano da prática docente. Empiricamente citando, é possível perceber que ainda ocorrem casos de professores que pautam o seu cotidiano por um ensino fundamentalmente teórico, distante e desvinculado da prática habitual do aprendiz. Esta maneira de expor conteúdos obriga o aluno a exercitar a sua capacidade dedutiva e de memorização ao máximo, isto quando já a apropriou biologicamente. Consequentemente, a construção do conhecimento permanece aquém do ideal e o processo do ensino-aprendizagem acaba por ficar refém do saber do professor. Essa relação pode ser considerada rígida e autoritária, uma vez que a interação em sala de aula é totalmente verticalizada. O processo de avaliação é, em decorrência, rigoroso e centrado na mera replicação de conteúdos.


            Zagury (2007) comenta que:

A rapidez do avanço das modernas inovações tecnológicas, muitas das quais são utilizadas nas escolas ..., e considerando que seu uso adequado exige uma série de habilidades e competências, tornou inevitável verificar até que ponto nossos profissionais possuem tais habilidades. Caso contrário, como transformar a sala de aula num local atraente e com discussões motivadoras e atuais, que pretende levar o aluno à independência intelectual e capacitá-lo à crítica e a reflexão?


            Seria sensato pensar que se torna indispensável a prática vinculada à aprendizagem com ênfase na máxima especialização e aprimoramento das habilidades. O docente que reconhecer o quanto este caminho é fecundo e proveitoso estará se convertendo no profissional da escola nova. Weisz e Sanchez (2009) discutem que a escola nova é característica por propor e favorecer a aprendizagem de modo estritamente ativo, ou seja, o personagem educador assume o papel de mediador do apoderamento do saber. Postar-se como intermediador do conhecimento ou facilitador parece ser cômodo, fácil. Contudo, sendo o alunado o epicentro do processo ensino-aprendizagem, um professor deverá empreender todo esforço necessário, sapiência e capacidade imaginativa para fomentar a aprendizagem em sala de aula e fora dela. A valorização das relações, interações entre alunos e professores, bem como a atenção triplicada aos processos cognitivos faz a diferença entre um aprendizado medíocre e um aprendizado sustentável. Muito válido seria refletir sobre a comunhão dos enfoques construtivista, sociocultural e crítico. Uma vez que o enfoque crítico surge no cenário educacional como forma de contribuir nas transformações sociais, todas as perspectivas resplandecem como complementos para o estabelecimento de uma nova ordem entre educando e conhecimento. O enfoque sociocultural vislumbra a prática do professorado como atividade de reconstrução social a partir da reflexão docente. O enfoque construtivista, essencialmente delineado por uma ótica piagetiana, compreende que as repetidas modificações de estruturas internas provocam o aprendizado, organizado por interações entre sujeito e objeto. Esta perspectiva educacional é aparentemente complexa porque consiste em problematizar por intermédio de atividades sobre objetos e também conhecimentos. Esse processo de ensino-aprendizagem detém certo grau de complexidade devido ao fato de preexistir a crença de que o aluno terá a capacidade de refazer-se como aprendiz. Neste enfoque entra em ‘jogo’ a maturidade intrínseca no sujeito. Os cursos que formam docentes abordam tais perspectivas com o intuito de evidenciar a necessidade de confronto das desigualdades sociais.


            Romanowski (2010) destaca que:

... é importante que o professor tenha consciência do que faz, por que faz e como faz; que estabeleça o confronto de como era a situação, como está sendo desenvolvida e como reconstruir para fazer coisas diferentes das que sempre faz. A teoria é decorrente da análise da prática, portanto categorias da historicidade, totalidade, movimento e contradição são consideradas nas proposições com a finalidade de transformação da prática.


          
Formação Docente

            O ensinar e educar sempre foram expressões verbais que estiveram ‘umbilicalmente’ conectadas ao professor, à prática da docência. Todavia, a educação principalmente é semeada, delineada e, por que não afirmar, imposta em casa. Nesse caso os pais não são professores e educam, ensinam. Então surge uma questão: não seria o pai, a mãe ou alguém próximo um educador? Possivelmente, sim! A questão nesta explanação inicial é que existe uma diferença abismal entre educar na posição de pais e na profissão de professor. O que define e caracteriza o docente é a sua identidade profissional. A construção da identidade profissional docente necessita estar em desenvolvimento ininterrupto por uma questão básica e natural: adaptação ao instante sócio-histórico que se encontra o profissional. Por isto a reciclagem de conhecimento, didática, técnica, entre outras características da categoria, exige um upgrade que defronte o antigo com o atual, invariavelmente. A identidade profissional docente imbrica uma gama de atividades. Portanto, o cerne ou a natureza da educação pode ser considerado uma prática social.


Romanowski (2010) salienta que:

... a educação como prática social incorpora significado social para essa profissão. Implica compromisso, cientificidade, coletividade, competência e comunicabilidade. Torna-se inadmissível realizarmos o ensino mecanicamente. ... o ensino está diretamente relacionado à aprendizagem; o professor ensina se os alunos aprendem.


            Naturalmente o ser humano somente apropria o que não sabe e, justamente, este detalhe é que transforma a prática docente em desafio interminável. O profissional educador precisa de uma mente aguçada, conectada, para que consiga perceber atentamente tudo aquilo que o alunado não conhece ou não detém compreensão. Em contrapartida, um docente atento, capaz, tem a obrigação de aperceber o que o aluno já conhece, entende. A conjunção das percepções daquilo que não se sabe com o que se sabe, cria condições para “a significação da aprendizagem tanto individualmente como socialmente” (Romanowski, 2010). A prática docente também é um exercício que envolve a simultaneidade de sentimentos opostos em relação ao mesmo objeto, ou seja, ele aprende enquanto ensina por intermédio da interação coletiva. Por isto, como dito anteriormente, o profissional docente encontra-se ou pode manter-se sempre em permanente desenvolvimento. Ser um profissional, no verdadeiro significado da palavra, requer esforço e atualização intelectual. O termo profissão se traduz como o exercício de professar, manifestar abertamente as ações e a intelectualidade. A profissão docente abrange o realizar, o raciocinar e o verbalizar sobre tudo aquilo que se teoriza e faz. Para que esta destreza emirja faz-se necessário uma formação e apropriação de conhecimentos específicos e transdisciplinares.


            Romanowski (2010) afirma que:

A qualidade de sua ação exige um longo período de formação em conhecimento especializado, conhecimento das ciências ... e pedagógico. O professor completa sua formação com o conhecimento que advém da prática. ... A profissionalização é um processo permanente de construção e não se restringe à aquisição, é uma conduta.


            O dinamismo de uma sala de aula deveria ser centrado na interação constante e permanente entre o docente e o alunado, jamais unicamente entre aluno e lousa, aluno e livros, aluno e tecnologia. Fattori (2011) menciona que a profissão de educador, ‘maestro da sinfonia’ do conhecimento, é intensamente interativa e sendo assim a reciprocidade comunicacional é o que materializa, efetiva a interação. Um docente exímio determina as intenções do exercício da profissão pela forma como planeja cada encontro, exercícios, seleciona os conteúdos, pelos instrumentos e procedimentos avaliativos e, essencialmente, como se relaciona com os alunos. O cenário atual, impulsionado pelas tecnologias virtuais e por redes de interação social, convoca o professor a abdicar ou evitar o enfoque cartesiano da prática docente. Empiricamente citando, é possível perceber que ainda ocorrem casos de professores que pautam o seu cotidiano por um ensino fundamentalmente teórico, distante e desvinculado da prática habitual do aprendiz. Esta maneira de expor conteúdos obriga o aluno a exercitar a sua capacidade dedutiva e de memorização ao máximo, isto quando já a apropriou biologicamente. Consequentemente, a construção do conhecimento permanece aquém do ideal e o processo do ensino-aprendizagem acaba por ficar refém do saber do professor. Essa relação pode ser considerada rígida e autoritária, uma vez que a interação em sala de aula é totalmente verticalizada. O processo de avaliação é, em decorrência, rigoroso e centrado na mera replicação de conteúdos.


            Zagury (2007) comenta que:

A rapidez do avanço das modernas inovações tecnológicas, muitas das quais são utilizadas nas escolas ..., e considerando que seu uso adequado exige uma série de habilidades e competências, tornou inevitável verificar até que ponto nossos profissionais possuem tais habilidades. Caso contrário, como transformar a sala de aula num local atraente e com discussões motivadoras e atuais, que pretende levar o aluno à independência intelectual e capacitá-lo à crítica e a reflexão?


            Seria sensato pensar que se torna indispensável a prática vinculada à aprendizagem com ênfase na máxima especialização e aprimoramento das habilidades. O docente que reconhecer o quanto este caminho é fecundo e proveitoso estará se convertendo no profissional da escola nova. Weisz e Sanchez (2009) discutem que a escola nova é característica por propor e favorecer a aprendizagem de modo estritamente ativo, ou seja, o personagem educador assume o papel de mediador do apoderamento do saber. Postar-se como intermediador do conhecimento ou facilitador parece ser cômodo, fácil. Contudo, sendo o alunado o epicentro do processo ensino-aprendizagem, um professor deverá empreender todo esforço necessário, sapiência e capacidade imaginativa para fomentar a aprendizagem em sala de aula e fora dela. A valorização das relações, interações entre alunos e professores, bem como a atenção triplicada aos processos cognitivos faz a diferença entre um aprendizado medíocre e um aprendizado sustentável. Muito válido seria refletir sobre a comunhão dos enfoques construtivista, sociocultural e crítico. Uma vez que o enfoque crítico surge no cenário educacional como forma de contribuir nas transformações sociais, todas as perspectivas resplandecem como complementos para o estabelecimento de uma nova ordem entre educando e conhecimento. O enfoque sociocultural vislumbra a prática do professorado como atividade de reconstrução social a partir da reflexão docente. O enfoque construtivista, essencialmente delineado por uma ótica piagetiana, compreende que as repetidas modificações de estruturas internas provocam o aprendizado, organizado por interações entre sujeito e objeto. Esta perspectiva educacional é aparentemente complexa porque consiste em problematizar por intermédio de atividades sobre objetos e também conhecimentos. Esse processo de ensino-aprendizagem detém certo grau de complexidade devido ao fato de preexistir a crença de que o aluno terá a capacidade de refazer-se como aprendiz. Neste enfoque entra em ‘jogo’ a maturidade intrínseca no sujeito. Os cursos que formam docentes abordam tais perspectivas com o intuito de evidenciar a necessidade de confronto das desigualdades sociais.


            Romanowski (2010) destaca que:

... é importante que o professor tenha consciência do que faz, por que faz e como faz; que estabeleça o confronto de como era a situação, como está sendo desenvolvida e como reconstruir para fazer coisas diferentes das que sempre faz. A teoria é decorrente da análise da prática, portanto categorias da historicidade, totalidade, movimento e contradição são consideradas nas proposições com a finalidade de transformação da prática.


            O dinamismo existente em sala de aula é fundamentalmente caracterizado por interações entre alunos e professores. O professor da escola nova adquire, aprimora e reconstrói saberes consistentes e significantes nas dinâmicas, contradições e conflitos da prática cotidiana. O mosaico de conhecimentos pedagógicos possui conexão profunda e direta com os saberes didáticos, psicológicos e sociológicos da educação. Portanto, resta perceber e conscientizar que muito do que se pratica em sala de aula não foi configurado pelo mestre que leciona e muito menos apropriado na formação acadêmica.
 

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