Por Heitor Jorge Lau
Empresário e Educador
Mestre em Educação
Mestre em Educação
Pós-Graduado em Gestão de Recursos Humanos
Bacharel em Comunicação Social – Relações Públicas
Analista de Sistemas da Informação
Capítulo 1 replicado da Dissertação de Mestrado
FORMAÇÃO DOCENTE
O
ensinar e educar sempre foram expressões verbais que estiveram ‘umbilicalmente’
conectadas ao professor, à prática da docência. Todavia, a educação
principalmente é semeada, delineada e, por que não afirmar, imposta em casa.
Nesse caso os pais não são professores e educam, ensinam. Então surge uma
questão: não seria o pai, a mãe ou alguém próximo um educador? Possivelmente,
sim! A questão nesta explanação inicial é que existe uma diferença abismal
entre educar na posição de pais e na profissão de professor. O que define e
caracteriza o docente é a sua identidade profissional. A construção da
identidade profissional docente necessita estar em desenvolvimento ininterrupto
por uma questão básica e natural: adaptação ao instante sócio-histórico que se
encontra o profissional. Por isto a reciclagem de conhecimento, didática,
técnica, entre outras características da categoria, exige um upgrade que defronte o antigo com o
atual, invariavelmente. A identidade profissional docente imbrica uma gama de
atividades. Portanto, o cerne ou a natureza da educação pode ser considerado
uma prática social.
Romanowski (2010) salienta que:
... a
educação como prática social incorpora significado social para essa profissão.
Implica compromisso, cientificidade, coletividade, competência e
comunicabilidade. Torna-se inadmissível realizarmos o ensino mecanicamente. ...
o ensino está diretamente relacionado à aprendizagem; o professor ensina se os
alunos aprendem.
Naturalmente
o ser humano somente apropria o que não sabe e, justamente, este detalhe é que
transforma a prática docente em desafio interminável. O profissional educador
precisa de uma mente aguçada, conectada, para que consiga perceber atentamente
tudo aquilo que o alunado não conhece ou não detém compreensão. Em
contrapartida, um docente atento, capaz, tem a obrigação de aperceber o que o
aluno já conhece, entende. A conjunção das percepções daquilo que não se sabe
com o que se sabe, cria condições para “a
significação da aprendizagem tanto individualmente como socialmente”
(Romanowski, 2010). A prática docente também é um exercício que envolve a
simultaneidade de sentimentos opostos em relação ao mesmo objeto, ou seja, ele
aprende enquanto ensina por intermédio da interação coletiva. Por isto, como
dito anteriormente, o profissional docente encontra-se ou pode manter-se sempre
em permanente desenvolvimento. Ser um profissional, no verdadeiro significado
da palavra, requer esforço e atualização intelectual. O termo profissão se
traduz como o exercício de professar, manifestar abertamente as ações e a
intelectualidade. A profissão docente abrange o realizar, o raciocinar e o
verbalizar sobre tudo aquilo que se teoriza e faz. Para que esta destreza
emirja faz-se necessário uma formação e apropriação de conhecimentos
específicos e transdisciplinares.
Romanowski
(2010) afirma que:
A
qualidade de sua ação exige um longo período de formação em conhecimento
especializado, conhecimento das ciências ... e pedagógico. O professor completa
sua formação com o conhecimento que advém da prática. ... A profissionalização
é um processo permanente de construção e não se restringe à aquisição, é uma
conduta.
O
dinamismo de uma sala de aula deveria ser centrado na interação constante e
permanente entre o docente e o alunado, jamais unicamente entre aluno e lousa,
aluno e livros, aluno e tecnologia. Fattori (2011) menciona que a profissão de
educador, ‘maestro da sinfonia’ do conhecimento, é intensamente interativa e
sendo assim a reciprocidade comunicacional é o que materializa, efetiva a
interação. Um docente exímio determina as intenções do exercício da profissão
pela forma como planeja cada encontro, exercícios, seleciona os conteúdos,
pelos instrumentos e procedimentos avaliativos e, essencialmente, como se
relaciona com os alunos. O cenário atual, impulsionado pelas tecnologias
virtuais e por redes de interação social, convoca o professor a abdicar ou
evitar o enfoque cartesiano da prática docente. Empiricamente citando, é
possível perceber que ainda ocorrem casos de professores que pautam o seu
cotidiano por um ensino fundamentalmente teórico, distante e desvinculado da prática
habitual do aprendiz. Esta maneira de expor conteúdos obriga o aluno a
exercitar a sua capacidade dedutiva e de memorização ao máximo, isto quando já
a apropriou biologicamente. Consequentemente, a construção do conhecimento
permanece aquém do ideal e o processo do ensino-aprendizagem acaba por ficar
refém do saber do professor. Essa relação pode ser considerada rígida e
autoritária, uma vez que a interação em sala de aula é totalmente
verticalizada. O processo de avaliação é, em decorrência, rigoroso e centrado
na mera replicação de conteúdos.
Zagury
(2007) comenta que:
A
rapidez do avanço das modernas inovações tecnológicas, muitas das quais são
utilizadas nas escolas ..., e considerando que seu uso adequado exige uma série
de habilidades e competências, tornou inevitável verificar até que ponto nossos
profissionais possuem tais habilidades. Caso contrário, como transformar a sala
de aula num local atraente e com discussões motivadoras e atuais, que pretende
levar o aluno à independência intelectual e capacitá-lo à crítica e a reflexão?
Seria
sensato pensar que se torna indispensável a prática vinculada à aprendizagem
com ênfase na máxima especialização e aprimoramento das habilidades. O docente
que reconhecer o quanto este caminho é fecundo e proveitoso estará se
convertendo no profissional da escola nova. Weisz e Sanchez (2009) discutem que
a escola nova é característica por propor e favorecer a aprendizagem de modo
estritamente ativo, ou seja, o personagem educador assume o papel de mediador
do apoderamento do saber. Postar-se como intermediador do conhecimento ou
facilitador parece ser cômodo, fácil. Contudo, sendo o alunado o epicentro do
processo ensino-aprendizagem, um professor deverá empreender todo esforço
necessário, sapiência e capacidade imaginativa para fomentar a aprendizagem em
sala de aula e fora dela. A valorização das relações, interações entre alunos e
professores, bem como a atenção triplicada aos processos cognitivos faz a
diferença entre um aprendizado medíocre e um aprendizado sustentável. Muito válido
seria refletir sobre a comunhão dos enfoques construtivista, sociocultural e
crítico. Uma vez que o enfoque crítico surge no cenário educacional como forma
de contribuir nas transformações sociais, todas as perspectivas resplandecem
como complementos para o estabelecimento de uma nova ordem entre educando e
conhecimento. O enfoque sociocultural vislumbra a prática do professorado como
atividade de reconstrução social a partir da reflexão docente. O enfoque
construtivista, essencialmente delineado por uma ótica piagetiana, compreende
que as repetidas modificações de estruturas internas provocam o aprendizado,
organizado por interações entre sujeito e objeto. Esta perspectiva educacional
é aparentemente complexa porque consiste em problematizar por intermédio de
atividades sobre objetos e também conhecimentos. Esse processo de
ensino-aprendizagem detém certo grau de complexidade devido ao fato de
preexistir a crença de que o aluno terá a capacidade de refazer-se como
aprendiz. Neste enfoque entra em ‘jogo’ a maturidade intrínseca no sujeito. Os
cursos que formam docentes abordam tais perspectivas com o intuito de
evidenciar a necessidade de confronto das desigualdades sociais.
Romanowski
(2010) destaca que:
... é
importante que o professor tenha consciência do que faz, por que faz e como
faz; que estabeleça o confronto de como era a situação, como está sendo
desenvolvida e como reconstruir para fazer coisas diferentes das que sempre
faz. A teoria é decorrente da análise da prática, portanto categorias da
historicidade, totalidade, movimento e contradição são consideradas nas
proposições com a finalidade de transformação da prática.
Formação Docente
O
ensinar e educar sempre foram expressões verbais que estiveram ‘umbilicalmente’
conectadas ao professor, à prática da docência. Todavia, a educação
principalmente é semeada, delineada e, por que não afirmar, imposta em casa.
Nesse caso os pais não são professores e educam, ensinam. Então surge uma
questão: não seria o pai, a mãe ou alguém próximo um educador? Possivelmente,
sim! A questão nesta explanação inicial é que existe uma diferença abismal
entre educar na posição de pais e na profissão de professor. O que define e
caracteriza o docente é a sua identidade profissional. A construção da
identidade profissional docente necessita estar em desenvolvimento ininterrupto
por uma questão básica e natural: adaptação ao instante sócio-histórico que se
encontra o profissional. Por isto a reciclagem de conhecimento, didática,
técnica, entre outras características da categoria, exige um upgrade que defronte o antigo com o
atual, invariavelmente. A identidade profissional docente imbrica uma gama de
atividades. Portanto, o cerne ou a natureza da educação pode ser considerado
uma prática social.
Romanowski (2010) salienta que:
... a
educação como prática social incorpora significado social para essa profissão.
Implica compromisso, cientificidade, coletividade, competência e
comunicabilidade. Torna-se inadmissível realizarmos o ensino mecanicamente. ...
o ensino está diretamente relacionado à aprendizagem; o professor ensina se os
alunos aprendem.
Naturalmente
o ser humano somente apropria o que não sabe e, justamente, este detalhe é que
transforma a prática docente em desafio interminável. O profissional educador
precisa de uma mente aguçada, conectada, para que consiga perceber atentamente
tudo aquilo que o alunado não conhece ou não detém compreensão. Em
contrapartida, um docente atento, capaz, tem a obrigação de aperceber o que o
aluno já conhece, entende. A conjunção das percepções daquilo que não se sabe
com o que se sabe, cria condições para “a
significação da aprendizagem tanto individualmente como socialmente”
(Romanowski, 2010). A prática docente também é um exercício que envolve a
simultaneidade de sentimentos opostos em relação ao mesmo objeto, ou seja, ele
aprende enquanto ensina por intermédio da interação coletiva. Por isto, como
dito anteriormente, o profissional docente encontra-se ou pode manter-se sempre
em permanente desenvolvimento. Ser um profissional, no verdadeiro significado
da palavra, requer esforço e atualização intelectual. O termo profissão se
traduz como o exercício de professar, manifestar abertamente as ações e a
intelectualidade. A profissão docente abrange o realizar, o raciocinar e o
verbalizar sobre tudo aquilo que se teoriza e faz. Para que esta destreza
emirja faz-se necessário uma formação e apropriação de conhecimentos
específicos e transdisciplinares.
Romanowski
(2010) afirma que:
A
qualidade de sua ação exige um longo período de formação em conhecimento
especializado, conhecimento das ciências ... e pedagógico. O professor completa
sua formação com o conhecimento que advém da prática. ... A profissionalização
é um processo permanente de construção e não se restringe à aquisição, é uma
conduta.
O
dinamismo de uma sala de aula deveria ser centrado na interação constante e
permanente entre o docente e o alunado, jamais unicamente entre aluno e lousa,
aluno e livros, aluno e tecnologia. Fattori (2011) menciona que a profissão de
educador, ‘maestro da sinfonia’ do conhecimento, é intensamente interativa e
sendo assim a reciprocidade comunicacional é o que materializa, efetiva a
interação. Um docente exímio determina as intenções do exercício da profissão
pela forma como planeja cada encontro, exercícios, seleciona os conteúdos,
pelos instrumentos e procedimentos avaliativos e, essencialmente, como se
relaciona com os alunos. O cenário atual, impulsionado pelas tecnologias
virtuais e por redes de interação social, convoca o professor a abdicar ou
evitar o enfoque cartesiano da prática docente. Empiricamente citando, é
possível perceber que ainda ocorrem casos de professores que pautam o seu
cotidiano por um ensino fundamentalmente teórico, distante e desvinculado da prática
habitual do aprendiz. Esta maneira de expor conteúdos obriga o aluno a
exercitar a sua capacidade dedutiva e de memorização ao máximo, isto quando já
a apropriou biologicamente. Consequentemente, a construção do conhecimento
permanece aquém do ideal e o processo do ensino-aprendizagem acaba por ficar
refém do saber do professor. Essa relação pode ser considerada rígida e
autoritária, uma vez que a interação em sala de aula é totalmente
verticalizada. O processo de avaliação é, em decorrência, rigoroso e centrado
na mera replicação de conteúdos.
Zagury
(2007) comenta que:
A
rapidez do avanço das modernas inovações tecnológicas, muitas das quais são
utilizadas nas escolas ..., e considerando que seu uso adequado exige uma série
de habilidades e competências, tornou inevitável verificar até que ponto nossos
profissionais possuem tais habilidades. Caso contrário, como transformar a sala
de aula num local atraente e com discussões motivadoras e atuais, que pretende
levar o aluno à independência intelectual e capacitá-lo à crítica e a reflexão?
Seria
sensato pensar que se torna indispensável a prática vinculada à aprendizagem
com ênfase na máxima especialização e aprimoramento das habilidades. O docente
que reconhecer o quanto este caminho é fecundo e proveitoso estará se
convertendo no profissional da escola nova. Weisz e Sanchez (2009) discutem que
a escola nova é característica por propor e favorecer a aprendizagem de modo
estritamente ativo, ou seja, o personagem educador assume o papel de mediador
do apoderamento do saber. Postar-se como intermediador do conhecimento ou
facilitador parece ser cômodo, fácil. Contudo, sendo o alunado o epicentro do
processo ensino-aprendizagem, um professor deverá empreender todo esforço
necessário, sapiência e capacidade imaginativa para fomentar a aprendizagem em
sala de aula e fora dela. A valorização das relações, interações entre alunos e
professores, bem como a atenção triplicada aos processos cognitivos faz a
diferença entre um aprendizado medíocre e um aprendizado sustentável. Muito válido
seria refletir sobre a comunhão dos enfoques construtivista, sociocultural e
crítico. Uma vez que o enfoque crítico surge no cenário educacional como forma
de contribuir nas transformações sociais, todas as perspectivas resplandecem
como complementos para o estabelecimento de uma nova ordem entre educando e
conhecimento. O enfoque sociocultural vislumbra a prática do professorado como
atividade de reconstrução social a partir da reflexão docente. O enfoque
construtivista, essencialmente delineado por uma ótica piagetiana, compreende
que as repetidas modificações de estruturas internas provocam o aprendizado,
organizado por interações entre sujeito e objeto. Esta perspectiva educacional
é aparentemente complexa porque consiste em problematizar por intermédio de
atividades sobre objetos e também conhecimentos. Esse processo de
ensino-aprendizagem detém certo grau de complexidade devido ao fato de
preexistir a crença de que o aluno terá a capacidade de refazer-se como
aprendiz. Neste enfoque entra em ‘jogo’ a maturidade intrínseca no sujeito. Os
cursos que formam docentes abordam tais perspectivas com o intuito de
evidenciar a necessidade de confronto das desigualdades sociais.
Romanowski
(2010) destaca que:
... é
importante que o professor tenha consciência do que faz, por que faz e como
faz; que estabeleça o confronto de como era a situação, como está sendo
desenvolvida e como reconstruir para fazer coisas diferentes das que sempre
faz. A teoria é decorrente da análise da prática, portanto categorias da
historicidade, totalidade, movimento e contradição são consideradas nas
proposições com a finalidade de transformação da prática.
O
dinamismo existente em sala de aula é fundamentalmente caracterizado por
interações entre alunos e professores. O professor da escola nova adquire,
aprimora e reconstrói saberes consistentes e significantes nas dinâmicas,
contradições e conflitos da prática cotidiana. O mosaico de conhecimentos
pedagógicos possui conexão profunda e direta com os saberes didáticos,
psicológicos e sociológicos da educação. Portanto, resta perceber e
conscientizar que muito do que se pratica em sala de aula não foi configurado
pelo mestre que leciona e muito menos apropriado na formação acadêmica.
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