terça-feira, 9 de janeiro de 2024

A HUMANIDADE PRECISA DE SOCORRO

 

    A gênese e consequente história da humanidade aconteceu em espiral. É relevante observar que ainda ocorre desta forma. Ela parte de uma forma de unidade, em seguida passa por uma fase de desunião, desintegração e, finalmente, em reintegração. Com efeito, a noção de padrões flutuantes parece ser sempre extremamente útil para o estudo da evolução humana. Notadamente, depois de atingirem o apogeu da vitalidade, as civilizações tendem a perder seu vigor e declinam. Um elemento essencial nesse colapso existencial é a perda da flexibilidade. Quando as estruturas sociais e os padrões de comportamento tornam-se tão rígidos que a sociedade não pode mais adaptar-se a situações cambiantes, ela é incapaz de levar avante o processo criativo da evolução. Por conseguinte, entra em colapso e, por fim, desintegra-se. Enquanto as civilizações em crescimento exibem uma variedade e uma versatilidade sem limites, as que estão em processo de desintegração mostram uniformidade e ausência de inventividade. A perda de flexibilidade numa sociedade em desintegração é acompanhada de uma perda geral de harmonia entre seus elementos, o que inevitavelmente leva ao desencadeamento de discórdias e à ruptura social.

     A transformação que atravessa o mundo e que a raça humana está vivenciando será  muito mais dramática do que qualquer das precedentes porque o ritmo de mudança no tempo da atualidade é mais célere do que no passado, as mudanças são mais amplas porque envolvem o mundo inteiro, e porque várias transições importantes estão coincidindo. As recorrências rítmicas e os padrões de ascensão e declínio que parecem dominar a evolução humana conspiraram, de algum modo, para atingir ao mesmo tempo seus respectivos pontos de inversão. O declínio do patriarcado, o final da era do combustível fóssil e a mudança de paradigma que ocorre no crepúsculo de uma nova cultura, tudo está contribuindo para o mesmo processo global. A crise atual, portanto, não é apenas uma crise de indivíduos, governos ou instituições sociais; é uma transição de dimensões planetárias. Como indivíduos, como sociedade, como civilização e como ecossistema planetário, estamos chegando a um momento decisivo.

    Necessitamos, a fim de nos prepararmos para a grande transição em que estamos prestes a ingressar, de um profundo reexame das principais premissas e valores de nossa cultura, de uma rejeição daqueles modelos conceituais que duraram mais do que sua utilidade justificava, e de um novo reconhecimento de alguns dos valores descartados em períodos anteriores de nossa história cultural. Uma tão profunda e completa mudança na mentalidade da cultura deve ser naturalmente acompanhada de uma igualmente profunda alteração nas relações sociais e formas de organização social — transformações que vão muito além das medidas superficiais de reajustamento econômico e político que estão sendo consideradas pelos líderes políticos de hoje...caso contrário, será tarde demais, não somente para a humanidade mas, principalmente, para o nosso lindo planeta chamado Terra.

 

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